Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THIAGO DA GRAÇA HOLLATZ
DATA: 30/07/2015
HORA: 08:30
LOCAL: Embrapa Tabuleiros Costeiros
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO PROBIÓTICA COM ENTEROCOCCUS FAECIUM NA REPRODUÇÃO DO ACARÁ-BANDEIRA PTEROPHYLLUM SCALARE
PALAVRAS-CHAVES: Probiótico, reprodução, aqüicultura
PÁGINAS: 35
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Zootecnia
SUBÁREA: Produção Animal
ESPECIALIDADE: Criação de Animais
RESUMO:
Algumas pesquisas na aquicultura são direcionadas para o uso dos alimentos
funcionais, especialmente os probióticos, que define-se como “células microbianas que são
adicionadas de maneira que entre no trato digestivo dos animais, com o objetivo de
melhorar a saúde do animal” (GASTESOUPE, 1999). Os probióticos são capazes de modular
ou reequilibrar a flora microbiana do hospedeiro, atuando como promotores de crescimento
por meio da produção de vitaminas, enzimas digestivas, disponibilidade de minerais,
aumento da disponibilidade de nutrientes através da quebra de compostos indigeríveis e o
aumento do apetite. Para o campo da reprodução, são relatados reflexos em parâmetros
reprodutivos como a taxa de fecundidade, fertilização, maturação gonadal e folicular,
produção de larva, índice gonadossomático, e também sobrevivência embrionária. Dentre
os potenciais probióticos temos o grupo das bactérias ácido-láticas que é o mais estudado,
dentre elas a Enterococcus faecium, encontradas no intestino dos peixes e que apresentam
resultados promissores sobre o desempenho zootécnico. Entretanto, poucas são as
informações sobre os reflexos que a E. faecium, isoladamente, pode gerar para reprodução
de peixes. A proposta do uso da espécie hospedeira Pterophyllum scalare (acará-bandeira)
está na vantagem de ser popular, resistente, prolífica e de grande demanda no mercado de
peixes ornamentais. Nesse contexto, o trabalho objetivou avaliar a suplementação
probiótica com Enterococcus faecium na reprodução do acará-bandeira. No experimento
foram usados 15 casais de acará-bandeira, submetidos à biometria no início e no final do
período experimental de 90 dias, distribuídos em 3 tratamentos: T1 (ração suplementada
com meio de cultura estéril), T2 (ração suplementada com E. faecium - 106 UFC/g) e T3
(ração suplementada com E. faecium - 108 UFC/g). Foi utilizada uma ração comercial com
36% PB; 2,5% FB; 5,5% EE que atendem as exigências da espécie trabalhada, fornecida em
2% do peso vivo do casal em 3 vezes ao dia (9:00, 13:00 e 17:00). Os parâmetros de água foram conferidos duas vezes ao dia (8:30 e 16:30) mantendo-se recomendados para a
espécie de peixe trabalhada, TºC= 30.2±0.8, pH=7.04±0.38 e OD>6mg/l. Foi utilizada uma
cepa de Enterococcus faecium já isolada e identificada por sequenciamento genético,
originária de um peixe da espécie Pterophyllum scalare . Os dados e materiais produzidos
como ovos e larvas foram registrados, coletados e fixados em solução de formol 4%
tamponada para as posteriores analises. Os índices zootécnicos dos reprodutores e
parâmetros reprodutivos foram submetidos ao teste T (<0,05) para comparação entre os
grupos experimentais usando o programa Action. O consumo de ração, ganho de peso e
conversão alimentar aparente dos reprodutores não apresentaram diferença entre os
tratamentos. Para o parâmetro reprodutivo número médio de desovas, os tratamentos que
receberam probiótico (T2 = 5,4±1.8 e T3 = 6.4 ± 1.8) foram superiores ao controle (T1 =
2±2,3). Para o número de ovos produzidos, o T3 (651,6±149) foi superior à T1 (462,3±268,8) e
T2 (545.1±172.5). Para o intervalo médio entre desovas, o T3 (13.7±4.7 dias) também foi
superior à T1 (21,6±9,8 dias) e T2 (17,8±7,9 dias). O peso médio dos ovos e o comprimento
da larva pós-eclosão não diferiram entre os tratamentos observados. O volume do ovo foi
maior no T1(1.19±0.44 mm³) comparado ao T2(0.99±0.23 mm³) e T3(0.81±0.09 mm³). Foi
observada diferença significativa entre T2 e T3 neste parâmetro. Para o volume de vitelo os
tratamentos T1(0.98±0.15 mm³) e T3 (0.94±0.15 mm³) apresentaram maiores valores em
relação ao T2(0.90±0.20 mm³). Para volume do saco vitelínico pós-eclosão, o T3(0.80±0.12
mm³) e o T2(0.77±0.26 mm³) foram superiores ao T1(0.73±0.09 mm³). Embora o desempenho
zootécnico dos reprodutores não tenha sofrido influencia do probiótico adicionado na
ração, o Enterococcus faecium na concentração 108 UFC/g melhorou o desempenho
reprodutivo do acará-bandeira.