Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUANA OLIVEIRA DOS SANTOS
DATA: 13/07/2012
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 22 (Departamento de Física)
TÍTULO:
AVALIAÇÃO PARA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL DE 2ª GERAÇÃO ATRAVÉS DA PIRÓLISE DE EICHHORNIA CRASSIPES E EICHHORNIA AZUREA
Aguapé, pirólise, biocombustíveis e bio-óleo
A necessidade energética vem aumentando rapidamente impulsionadas pelo aumento da industrialização e aumento populacional além das questões ambientais. Por isso tem-se focado pelo desenvolvimento de tecnologias com novas fontes renováveis de energia, uma delas a biomassa. A produção de biocombustíveis de 2ª geração tem sido uma alternativa viável devido sua disponibilidade natural, a qual pode ser produzida em grandes quantidades e ser convertida em combustíveis líquidos, sólidos e gasosos. Os principais processos de conversão da biomassa são: bioquímicos e termoquímicos. O elevado crescimento do aguapé torna-o uma potencial fonte de biomassa. O crescimento descontrolado desta planta tem afetado diversas massas de água. Dessa forma este trabalho propõe a conversão da Eichhornia Crassipes (EC) e Eichhornia Azurea (EA), coletadas no Rio Poxim e Açude da Marcela respectivamente, em biocombustíveis pelo processo termoquímico de pirólise. As amostras foram caracterizadas quanto ao teor de humidade, teor de óleo, teor de cinzas, análise termogravimétrica (TGA) e infravermelho (IV). O bio-óleo, produto da pirólise realizada a 525 ± 10 °C foi aprisionado em carvão ativo e foram testados diclorometano, acetonitrila, tetrahidrofurano e metanol como solventes de eluição, visando obter melhor rendimento dos compostos. O solvente que apresentou os melhores resultados foi o tetrahidrofurano. Em função da composição química inicial dos bio-óleos as amostras foram submetidas a derivatização com MSTFA para auxiliar na identificação dos componentes através dos respectivos derivados silanizados. Também foram testados diferentes proporções do agente derivatizante, chegando-se a proporção de 1:1 solução de bio-óleo:MSTFA como melhor resultado. As plantas apresentaram um alto teor de humidade, entre 90-93 %, baixo teor de óleo para as biomassas EA (6%) e EC (2,6%) e teor de cinza para EA e EC foram 14,5 e 19,2 %, respectivamente. Foi observado nas analises de TGA perda de 7,30% e 8,95% de água para EC e EA respectivamente que ainda estavam associadas as biomassas mesmo após o processo de secagem. De acordo com a curva de TGA a perda de massa entre 184-390 ºC (41%-47%), pode ser atribuída a decomposição da hemicelulose e celulose. A decomposição entre 390-590 ºC (71%- 72,6%) é atribuída a degradação da lignina. Os espectros de IV apresentaram banda de absorção na região do 3000-3600 cm-1 que está atribuída ao estiramento da ligação de álcoois e/ou fenóis, absorções na região de 3000-2800 cm-1 típica de alifáticos e bandas em 1560-1575 cm-1 associadas a vibrações C=C de aromáticos. A composição dos bio-óleos apresentaram majoritariamente a presença de compostos oxigenados, aromáticos (fenóis) e alifáticos (ácidos graxos), sendo os principais compostos encontrados o ácido arabinóico e derivados, dimetil acetal acroleína, 2,3,4,5-tetrakis-o-(trimetillsilil) d-ribose, ácido octadecanóico trimetilsilil éster. Os estudos preliminares apontam para a possibilidade da conversão deste tipo de biomassa em bio-óleo. Nos estudos seguintes serão explorados a aplicação deste bio-óleo como fonte energética ou para química fina.