Banca de DEFESA: QUEZIA MACHADO DOS SANTOS ARAUJO
23/05/2024 16:37
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma infecção parasitária ocasionada, no Brasil, pelo protozoário Leishmania infantum e transmitida por flebotomíneos fêmeas infectados. Através de estudos relacionados às alterações ambientais pelo desmatamento e por meio de análises de sua progressão no espaço e no tempo é possível compreender melhor sua expansão pelo território. Assim, este trabalho teve como objetivo analisar os padrões temporais e espaciais da incidência da LV e sua associação com o uso e cobertura do solo no Nordeste (NE) do Brasil de 2003 a 2022. Trata-se de um estudo epidemiológico, ecológico e retrospectivo que obteve as informações do banco de dados do Sistema Brasileiro de Informações sobre Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde e dados ambientais do MAPBIOMAS Brasil. A partir dos dados foram calculadas a taxa de incidência e a taxa média de todos os estados do NE, assim como as análises de tendência temporal das incidências médias, áreas naturais, antropizadas e classes de uso do solo por estado, utilizando o programa de regressão Joinpoint (4.2.2). Análises univariada e bivariada foram realizadas para compreender a autocorrelação espacial dos casos novos de LV e a associação da doença com desmatamento causado pelo uso do solo, por município, respectivamente. Desta forma observou-se que a maior transmissão da LV ocorre nos estados do Maranhão, Ceará e Piauí. Numa série de vinte anos, as tendências das notificações dos casos foram decrescentes no Nordeste (AAPC -4,1; p=0,002), principalmente Bahia e Piauí; os demais estados ficaram estacionados no período. Em relação às alterações ambientais, praticamente em todos os estados houve diminuição de área natural e considerável aumento das áreas de uso do solo pelo homem. A agricultura, silvicultura e infraestrutura urbana foram as atividades que mais tiveram crescimento. A análise univariada retornou índices de autocorrelação espacial positivapara todos os períodos analisados: 2003-2007 (I = 0,383222; p-valor 0,001), 2008-2012 (I = 0,272789; p-valor 0,001), 2013-2017 (I = 0,352749; p-valor 0,001) e 2018-2022 (I = 0,226489; p-valor 0,002). Por usa vez, a análise de dependência espacial local mostrou aglomerados espaciais com diferentes padrões. As formas insustentáveis de uso da terra podem ser fatores de riscos para o adoecimento de populações do NE por LV. Dessa forma, aqui se traça novas evidências para o entendimento da dinâmica da LV no NE e seu enfretamento a parir
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