Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA LUÍSA LISBOA NOBRE PEREIRA
28/07/2016 11:57
O objetivo deste trabalho é pensar sobre de que modo política e parentesco se articulam em uma situação de conflitos territoriais, a partir de pesquisa realizada na Vila do Estevão, comunidade pesqueira da costa cearense, praia de Canoa Quebrada. A partir da patrimonialização da área da vila, ela passou a ser vista como lugar originário de toda a praia. Essa origem é justificada pela existência de um modo de vida dos pescadores, “tradicional” e “sustentável”, e pela partilha de uma descendência comum a Estevão. Com a titulação provisória, a associação local precisa tanto criar modos de legitimar a presença da população em espaços pensados para fins de conservação ambiental, quanto criar uma gestão a partir de normas que institucionalizam um ideal de ser parente, principal critério do direito de moradia. Discuto sobre como mesmo um parente nativo não poderá vir a ser “morador” se não houver o reconhecimento de seu compromisso moral com a coletividade, que tem naquilo que é chamado de “a luta” pela terra e em terra – “no seco” uma afecção própria, desenvolvida pelo tempo em que se luta junto, um elemento determinante na definição de parente morador. É a politização do ser parente que traz a “luta” “no seco” como importante forma de pertença e como modo de fazer família.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19295-ad7fbbb3d7